segunda-feira, 19 de novembro de 2012

DICAS PARA CULTIVAR ORQUÍDEAS

DICAS PARA CULTIVAR ORQUÍDEAS


Aqui vão algumas dicas para você cultivar suas orquídeas e ter plantas fortes, saudáveis e bem floridas.


Atualmente as orquídeas, de modo geral (Laelias, Cattleyas), demoram em média de 4 a 5 anos para florir desde a saída do laboratório. A partir daí, se forem bem tratadas, elas vão florescer todos os anos. A espata que floresceu este ano, não floresce mais? Ainda ouvimos muito esta indagação. No entanto, sabemos que esta espata não floresce mais e aquele pseudobulbo serve de reserva de alimento para os que virão nos anos seguintes, e portanto não deve ser descartado.

Para que você tenha sucesso no trato com suas plantas, vamos falar de alguns cuidados básicos, que você não pode deixar de ter.



1. Luz


Luz é essencial. Uma boa forma de fornecer iluminação adequada para suas plantas é construir um viveiro, em algum canto do seu quintal, que seja coberto com tela de sombreamento. Mas não é qualquer tela. Procure adquirir uma tela que dê 50 a 70 % de sombra.

Dessa forma, elas receberão claridade em luz difusa suficiente para realizarem a sua função vital que é a fotossíntese. Plantas com folhas amareladas são um indicativo de excesso de luz, ao passo que uma coloração verde escura quer dizer pouca luz, de forma que você terá que observar suas plantas para dar a elas um lugar adequado. Você vai saber que acertou o local quando elas apresentarem uma coloração verde alface.


2. Temperatura


Lembre-se: onde você se sente bem, as suas orquídeas também se sentirão. Elas, como nós, se adaptam bem a temperaturas entre 15 a 25 graus centígrados.

Entretanto, algumas preferem temperaturas ainda mais baixas, como Cymbidium, Odontoglossum, Miltonias, todas nativas de regiões mais elevadas. Outras não gostam de frio. É o caso de algumas plantas nativas da região Amazônica, como C. violacea, C. luteola, C. eldorado, Galeandras e Acacallis. Por isso é importante observar esse detalhe quando da aquisição de suas plantas, caso contrário, o cultivo estará sujeito ao fracasso.


3. Umidade

 

As orquídeas possuem um tecido esponjoso em volta de suas raízes, o velame, que absorve a umidade do ar.

Portanto, elas não precisam de tanta água como as outras plantas, porém se a umidade relativa do ar estiver abaixo dos 50 %, é bom tomar certos cuidados, caso contrário, elas podem desidratar rapidamente. Em dias quentes, a umidade relativa do ar costuma ser menor, por isso é necessário manter o ambiente úmido e molhar não apenas as plantas, mas também o próprio ambiente. A melhor hora do dia para fazer isto é pela manhã ou no final da tarde, quando o sol está baixo. É importante também, um controle da ventilação. Seu orquidário deve estar localizado de modo a ser bem ventilado, porém devem ser evitadas correntes de vento, que também desidratam as plantas.

 

Quando devo regar?


Depende do local do orquidário, da região onde você mora, da estação do ano, do tipo de vaso – de  plástico segura mais a umidade -, do substrato* usado, do tipo de bancada ou se as plantas estão penduradas. Molhe bem as plantas e só molhe de novo quando estiver seca, não importa quanto tempo isso vai demorar. Coloque o dedo no substrato, caso esteja seco está na hora de fazer nova rega. Deve-se molhar as Vandas todos os dias, no inverno de manhã e no verão a noite.


*Quando se compra um vaso de orquídea, é interessante verificar em qual substrato ela está plantada:
- musgo: secagem lenta
- mistura de casca de pinus e carvão: secagem rápida
- seixo britado (pedrisco) : secagem rápida.


A cada 2 ou 3 anos faça o replante. O ideal é utilizar um substrato com os produtos mencionados acima, de forma a se obter um substrato que não seque muito rápido, nem se mantenha muito úmido.

Em um vaso não muito grande (14 cm ±),  introduza um fio de poliuretano nos furos internos do vaso, passe pelo fundo de modo a ficar com duas alças, depois coloca-se um pouco de brita (1/3) no fundo do vaso, pois as plantas não toleram encharcamento e pode ocorrer apodrecimento das raízes, em seguida casca de pinus misturada c/ carvão com granulação maior (2 cm) coloca-se um pouco de musgo, em locais com  baixa umidade, depois a planta. Faça o acabamento com casca de pinus, carvão (granulação menor 1cm) e pedrisco misturado na proporção de 50%. Por último amarre uma das alças na parte traseira da planta e a outra na frente. Encoste a parte traseira da planta no vaso de modo que fique espaço para a planta crescer sem sair do vaso.


4. Adubação


As orquídeas necessitam de alimento como qualquer outra planta. Para nutri-las, você pode optar pela adubação orgânica ou pela inorgânica. Ambas têm vantagens e desvantagens. A adubação orgânica faz com que a planta absorva os nutrientes devagar, pois o adubo é sólido e vai sendo diluído lentamente, entretanto "dissolvem" o substrato, se este for orgânico ( xaxim, casca de pinus,... ). Você aplica uma pequena quantidade no canto do vaso a cada início de estação. Já na adubação inorgânica, a planta absorve o alimento rapidamente, pois o adubo (NPK) é aplicado diluído na água, e deve ser aplicado regularmente, a cada semana ou quinzena. O risco de overdose é grande e, se acontecer, você pode "queimar" suas plantas, tanto que os orquidófilos mais experientes recomendam usar metade da dosagem indicada pelos fabricantes. Na verdade, o ideal é usar as duas formas, uma complementando a outra. Separe as plantas pequenas das adultas e aplique uma formulação rica em Nitrogênio (30-10-10) para as menores, como o Niphokam. Enquanto, para florescer pulverize 2 meses antes da floração com um adubo químico mais rico em P e K (10-30-30) como o Dynagro, Peters. Por outro lado, o adubo orgânico pode ser feito com farinha de osso (P), torta de mamona (N) e cinza de carvão vegetal ou de casca de arroz (K), mas o uso do Bocashi está dando resultados melhores.

 

5. Pragas e Doenças

PLANTAS BEM CULTIVADAS, isto é, com boa ventilação, boa iluminação, num local de elevada umidade relativa e bem alimentadas, DIFICILMENTE ESTÃO SUJEITAS A PRAGAS E DOENÇAS. Falta de arejamento e de iluminação podem ocasionar o aparecimento de pulgões e cochonilhas. Planta encharcada por excesso d'água ou submetida a chuvas prolongadas pode ser atacada por fungos ou bactérias, causando manchas nas folhas ou apodrecimento de brotos novos. Para solucionar esses problemas existem no mercado produtos de contato e produtos sistêmicos, tanto inseticidas como fungicidas. Os de contato são usados na prevenção, enquanto que os sistêmicos são usados de forma curativa. Podemos citar algumas marcas desses produtos, ressaltando que sua utilização  deve ser feita sempre com a observância das normas técnicas, o uso de EPI (Equipamento de Proteção Individual: máscara, óculos, boné, luvas, camisa mangas, sapatos, pinça) e sob a orientação de um agrônomo.

- inseticidas de contato: Malathion, Cipermetrina
- inseticidas sistêmicos: Actara, Provado, Decis 25 CE, Evidence, Folidol, Tamaron, Confidor
- fungicidas de contato: Manzate, Dithane M45, Captan
- fungicidas sistêmicos: Ridomil Gold MZ, Cerconil, Aliette,
- moluscicida e lesmicida: Metarex SP, Mesurol
- bactericida: Kocide
- acaricida: Decis 25 CE, Folidol

- formicida: K–otrine


6. Divisão e Replantio


A divisão e replantio devem se feitos quando a planta estiver emitindo raízes novas, não importando quando isto ocorre, já que cada planta tem sua época própria de enraizamento. Na divisão, cada parte deve ficar com pelo menos quatro bulbos, tendo sempre o cuidado de esterilizar as ferramentas de corte, afim de se evitar a contaminação por vírus ou outras doenças. Para isso já existe no mercado maçaricos, que produzem chamas de 800 graus. O único cuidado que se deve ter é não deixar que a chama destempere o aço da lâmina de corte.


7. Floração


De um modo geral, cada espécie tem sua época de floração que é uma vez por ano. Por exemplo, no verão temos a floração de C. bicolor, C. granulosa, C. velutina, L. tenebrosa. No outono, C. labiata, L. perrinii . No inverno, C. walkeriana, C. trianaei, C. loddigesii, . Na primavera, C. intermedia, C. nobilior, C. warneri, C. gaskeliana, L. purpurata. Existem orquídeas, como certas Vandas, que, se bem tratadas, chegam a florir até três vezes por ano. O mesmo ocorre com alguns híbridos, cujos pais têm diferentes épocas de floração. O ideal é você ter espécies com diferentes períodos de floração. Deste modo você terá a beleza das flores o ano todo.

 

Saudações Orquidófilas

 

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